Papel de atriz
Hoje, a dor me trespassou qual punhal,
Ao perceber, com desalento cruel,
Que somente eu amei, em vão, afinal.
Ao descobrir a farsa, pranto libertei,
Meu peito, um céu nublado, se obscureceu,
E dos meus olhos, lágrimas jorraram,
Em tempestade que meu ser dissolveu.
Por horas a fio, vaguei sem rumo,
Lembrando o passado, outrora dourado,
Os dias de sol, sorrisos e juramentos,
Que agora soam como um eco enganado.
A vida nos separou, sim, é verdade,
Mas juntos decidimos seguir em frente,
Para evitar sofrimento e crueldade,
Acreditando que o amor seria persistente.
Cada qual seguiu seu novo caminho,
Com o coração em pedaços, mas com a crença,
De que um dia o destino nos uniria enfim,
E a felicidade seria nossa recompensa.
Mas o destino teceu outro enredo,
Seu coração não era meu, como acreditei,
As juras de amor, um mero engano premeditado,
Como atriz em cena, ela me iludiu, sem piedade.