Sofrência
derrama em meu peito
o suor desta amarga sofrência,
é como perder quem nunca tive,
amei com desejo perene e voraz
e apesar dos desenganos,
afago a dor com resiliência,
só agora nesta infiel madrugada,
o leito transpira e meu peito suspira
embriagado no vazio do soluço,
o amor, este devaneio sagaz,
animava o meu espetáculo,
um cinema mudo,
parece que só eu sorria,
e me via nesta história encantado,
o tom acinzentado da tela
era minha novela,
meu romance embotado.