À Deriva da Alma
À Deriva da Alma
Nos mares meus, bem agitadas águas, velas e velho cais.
Afasta se o Sol, a beira, e um vento leva ao fundo.
Tão miúda, a terra fica, vagueia de ondas e deriva.
Um grito não basta, a secura dói, o mar sufoca.
Marujo de amor e menino, perde se entre os ventos e gaivotas tolas.
Dormiu à bordo, não viu a noite, o sorriso ficou tão longe.
Brisas riram, afoito de aguaceiro e convés, à margem, nega.
Alma louca, de buscas que não cessam, desbrava fundos feios.
O meu cais é logo ali, no dia dos ventos e correntes, à praia voltarei.
Nos mares meus...
João Francisco da Cruz