Teu cheiro
É teu cheiro doce no ar
Que circula pela sala e brinda a vida
Numa excelência simplória.
Cheiro de um corpo exaurido de suor e gardênia
Que a longura das horas saturou.
Sobre a mesa, flores passam esquecidas
E o silêncio das pétalas sobre o jornal denuncia teu sono, corpo esquecido no sofá.
Tua respiração se arrasta preguiçosa como a porta emperrada dos sonhos pesados, e do seu hálito escapa a escassa impressão de vinho ou licor…
É teu cheiro doce no ar.
Marisa Rosa Cabral
06/07/24.