Nos braços teus

Nos braços teus

Lá da vidraça, gotejos e névoa de rosto, silhuetas e amor.

Enquanto risca o céu, os raios e testemunhas, nuvens curiosas, nos amamos.

Sob à luz e lampejos, sinto a boca, quente e gemidos.

Êxtase de florais, gozos e quintais, jardins e colibris.

Passa o risco de arco, azuis, violetas e tintas, deslizam fantasias nesta entranha e estrada que me perco.

Meigo e menino, durmo de criança e amamentado, na fome feia e matada.

Paraíso há, neste céu tão perto, bem teu.

E assim sou, sereno e vereda, ondas leves de mar antigo e bravio.

Dormi de remanso e lua, nas curvas que aquecem, no gosto de mel e calmaria, na boca que me degluta.

Lá da vidraça...

João Francisco da Cruz