Se
Ah... se eu a tivesse como amiga.
Saber que — no mundo inteiro — existe
pelo menos uma pessoa pra confiar
meus desejos, vaidades e frustrações:
— As coisas que não posso contar pra mais ninguém.
Como seria bom!
Ah... se eu a tivesse como a uma irmã.
Nós poderíamos passar a noite inteira conversando
como também brigar
por qualquer coisa boba;
e jurar nunca mais nos falarmos...
— Mas no dia seguinte estaríamos de volta abraçados!
Como seria bom!
Ah... se eu a tivesse como namorada.
A gente poderia se abraçar e se beijar a qualquer hora,
sem vergonha de nada e de ninguém,
pois todos veriam a pureza
dos nossos sentimentos e saberiam
que fomos feitos um para o outro...
Como seria bom!
Ah... se eu a tivesse como a uma filha.
Então, nas horas em que, triste e desamparada,
tu precisasses de um colo
que só mesmo um pai pode dar,
eu estaria todo disponível, só teu,
pra te escutar, te compreender, acariciar...
Como seria bom!
Ah... se eu a tivesse como companheira.
Para lutarmos juntos contra os infortúnios da vida.
Trabalharíamos, então,
sempre unidos,
um dando a mão ao outro,
elevando-se e fortalecendo-se mutuamente.
Como seria bom!
Ah... se eu a tivesse como a uma mãe.
Teria a certeza de que nunca iria me perder
nos desvios e descaminhos deste mundo.
Mas caso isto ocorresse,
ao te pedir perdão,
poderia receber até mais do que isto.
Como seria bom!
Ah... se eu a tivesse como mulher.
Nós nos amaríamos para todo o sempre!
E este amor faria cicatrizar
aquelas feridas todas
que nada neste mundo
seria algum dia capaz de curar.
Como seria bom!