A REVOLTA DO VENTO
Coloquei um beijo nas mãos do vento
Pedindo que o pusesse em tua face.
Não importava que se fosse lento,
Desde que meu beijo a ti levasse
Que atendesse, enfim, ao meu intento
E, em ti, meu beijo depositasse.
Levando sua preciosa bagagem
O vento se foi, brisa prestimosa.
Esperei outro beijo numa aragem.
Ao voltar, ventania ruidosa,
Como a testar minha coragem
Trouxe tempestade furiosa.
Que fizeste ao meu mensageiro,
Que meu beijo não pode entregar?
Será que te escondeste ligeiro
E te puseste às janelas fechar?
Revoltou-se tanto o pobre carteiro
Que decidiu sobre mim se vingar.