A REVOLTA DO VENTO

Coloquei um beijo nas mãos do vento

Pedindo que o pusesse em tua face.

Não importava que se fosse lento,

Desde que meu beijo a ti levasse

Que atendesse, enfim, ao meu intento

E, em ti, meu beijo depositasse.

Levando sua preciosa bagagem

O vento se foi, brisa prestimosa.

Esperei outro beijo numa aragem.

Ao voltar, ventania ruidosa,

Como a testar minha coragem

Trouxe tempestade furiosa.

Que fizeste ao meu mensageiro,

Que meu beijo não pode entregar?

Será que te escondeste ligeiro

E te puseste às janelas fechar?

Revoltou-se tanto o pobre carteiro

Que decidiu sobre mim se vingar.

Júlio Marques
Enviado por Júlio Marques em 09/01/2008
Reeditado em 13/11/2012
Código do texto: T810007
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