De todos os amores, apenas o de titia

Sempre que podia, fazia um de besta;

Não que ser ruim estivesse em seu gênio.

Há verdade é que, estivera por assim dizer, desiludida com os homens.

Chamava-se Constância da silva,

Mulher padrão, corpo escultural, tipo violão.

Não sabia o porquê tinha infeliz destino,

Quando conhecia alguém, acabara por desistindo.

Era como que enjoasse dos mesmos discursos e aproximação

Esgueirava-se de tamanha falação;

Constância de que?, perguntavam

E seus gostos?, E seu trabalho?

Quanto mais perguntas faziam

Mais o papo lhe afastava;

Também poderá, tinha traumas

De não dar certo com ninguém

Já foi amigada com um sujeito

Acabou sem um vintém;

A mulher já não acreditava

Nas conversas do amor,

Toda vez que ouvia algo

Passava mal de tanta dor,

Dor no peito, aperto na alma

Entregar-se não ia mais,

Declarar o que sentia

Somente para quem lhe apraz;

E foi com estes pensamentos,

Que acabou ficando pra tia,

Dando aos sobrinhos amor,

O afeto que podia;

Também não pudera ficar triste,

De todos os amores do mundo,

Este amor lhe pertencia

Afinal, não há amor mais puro

Do que o amor de uma tia;

Ivonoel cardoso
Enviado por Ivonoel cardoso em 04/07/2024
Reeditado em 04/07/2024
Código do texto: T8099899
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