Ventos do Amor

Do vento leve, e brisa de um rosto meigo, vi o amor.

E os olhos teus, como menina, tranças e tempo antigo, um gosto de beijo.

O lampião brilhou na viela, de pedras e ângulos, reluziu aquele coração.

Sob lacunas feias, veias e velhas lembranças, riu num dia oportuno.

Era tempo, palpitou um pouco, o peito de seu amor, paixão de rosa vermelha e vida.

Desceu sobre a ladeira, num sorriso e rapazote, a alma triste regozijou.

E riscou num toco oco, rabiscos e nomes, marcas de um sol nascente.

Observou o ruído do ribeiro, há caminhos de pedras, há descanso de mar.

Luas não negam à noite, inda que tão densas a névoa.

Amou, o feio e pequeno, de sapatos furados e sorriso tímido.

De vendavais e tufões, sentiu a brisa, o vento calmo, do norte e quentura.

Sorriu, o menino bem ovelha, de aprisco desolado e bem triste.

Do vento leve...

João Francisco da Cruz