Fricção/Ficção

Já é de praxe te ver

Suas constantes tentativas de me elicitar

Reações indesejadas, resultando em

Aumentos de volume da minha parte

Posturas de suave passivo agressividade

Juras para manter os percursos do meu diário

Caminhar longe da sua alçada

Diminuindo a tangibilidade do seu irritar

Por outro lado, sua caótica companhia

É a que mais perdura em minha mente

Enquanto as pessoas esquecíveis tem suas memórias

Entornadas pra fora de minha mente

Os momentos com sua presença são o que mais

Ocupam o tempo dentro de minha cabeça

Tal qual orquídeas estabelecendo

Relação de parasitismo com estáveis árvores

Estas que nada podem fazer para expulsá-las

Quando afasto meu corpo, desejando distância

Poupando-me do estresse assinado por você

Seu corpo tenta se manter cada vez mais próximo

Como se suas palavras me afastassem

E suas mãos clamassem por mais de mim

Isso me faz criar uma ficção

Daquelas mirabolantes, antes de dormir

Quando deito em minha cama e olho para o escuro teto

De você ao meu lado, deitada comigo

E todas aquelas coisas feitas por você

Tanto os atritos quanto as tentativas de aproximação

Eram esforços para criar pontes

Entre nós

Cultivo esta ficção

Imagino se esta é a verdade

Me pergunto se você

Também me imagina

Deitado ao seu lado

Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia)
Enviado por Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia) em 26/06/2024
Código do texto: T8094178
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.