Meu jardim
Ao abrir a janela do meu quarto, recebo o ar puro da cheflera
Que exibe suas folhas verde-amarelas abertas
Molhadas pelo orvalho do dilúculo
A pingar morosamente o chão
Vejo a orquídea agarrada no mastro do pinheiro
Que sobrevive ao vento da aurora
A dar estética ao horto
Onde mora a felicidade da flora
A ixora com seus braços abertos
Empina seu talhe sobre a mureta
A espera de tocar em meu baço
Nas vezes que eu for ao seu encontro
O sagu postado no centro da grama
A ostentar seu corpo ornamental
Lentamente se destaca
É o meu pupilo
A roseira receada pela perda de suas rosas
Convence as minhas mãos de não desfalcá-la
Pois há beijos ao invés de flores
Entre as minhas paredes
Os pingos de ouro que cercam o vergel
Eretos como soldados do reino
Esbarram cotidianamente em minhas pernas
Quando me aproximo para aguá-lo
Contemplo tantas plantas e flores do meu jardim
Que curam as escamas dos meus olhos
Purificam os meu pulmões
E gratas, sorriem pra mim