Sem Possessão
Junho 22, 2024
"Tem dias que eu paro
Me lembro e choro
Com medo eu reflito
Que não fui perfeito
Ah! Como eu amei"
(Benito Di Paula, AH! COMO EU AMEI)
Amor sem posse, sem corpo, sem coração.
Décadas passaram, e ainda assim, eu amei você,
Com a intensidade de quem vive na escuridão,
Ansiando pelo brilho de um sol que nunca nascerá.
Você caminhou pelos jardins da minha alma,
Pisando suavemente nas flores da esperança.
Eu te observei, de longe, com olhos de quem ama,
Sem nunca sentir o toque, sem nunca ter o calor.
Ah, como desejei um fragmento, uma migalha,
Uma centelha do amor que tanto almejei.
Mas você, etérea e livre, seguiu sua própria trilha,
E eu fiquei, perdido, no amor que nunca ganhei.
As noites foram longas, os dias sem cor,
Um eterno desejar, sem nunca possuir.
Seu rosto, uma lembrança, um espectro sem dor,
E eu, um idealista, sem jamais desistir.
Eu construí castelos de areia em meus sonhos,
Esperando que um dia você pudesse ver,
Que o amor que te ofereci, paciente e persistente,
Era mais do que um sonho, era meu modo de amar.
Mas o tempo, cruel e implacável, passou,
E com ele, a esperança de um dia te ter.
Fiquei com as lembranças, o amor que restou em mim,
Sem possuir seu corpo, seu coração, seu amor.
Agora, sou apenas um poeta, solitário em meu canto,
Escrevendo versos para um amor que não é meu.
Mas ainda te amo, sem pesar, mas, em pranto,
Pois meu amor por você, em segredo, permaneceu.