LÁGRIMAS DOS DEUSES
E nessas memórias secretas,
Vens a ser o sono velado que,
Nas águas sagradas oferece,
A beleza inconfundível da arte em si,
Que se perpetua o desejo de almejar a perfeição.
Assim, como vives constantemente em meu olhar,
Passas a ser o vento sob as minhas asas,
E a ternura profunda que causa choque,
Quando a tempestade se aproxima de mim.
Por obséquio, não faça-me quaisquer questionamentos,
Dos quais eu possa responder-te de imediato,
Se não queres ouvir-me dizer-te de vontades expressas,
Permitindo-me que diante de tua doçura, eu seja indelével.
Por isto, és capaz de despertar-me os sentimentos,
Arregados a uma falsa ilusão inquestionável,
Durante os diversos demônios da madrugada,
Soprando coisas por entre os meus ouvidos.
Ah, sim, roubar-te-ei um ósculo, se assim lhe fosse conveniente,
Para habitares intimamente os pormenores meus.
Por seres uma mulher em um cavalo branco,
É que demonstras ser a nova poesia revelada ao um homem.
Afinal, tê-la-ia para o meu deleite?
Ou sois um resquício de uma mente equivocada?
Quando poderei deitar-la, oh princesa, em meus braços,
Acariciá-la indubitavelmente seu rosto, a qual está,
Envolta de um mistério insolúvel, enquanto suas mechas,
Transbordam minh’alma e todo o meu ser pecaminoso?
Quero, pois, encantá-la com palavras, misturadas ao vinho!
E se não sabeis, encontro-me tão febril por ti,
Deixando-te clarividente, talvez não, o quanto anseio-te,
Pelos confins de um corpo ausente, mas deveras,
Glorificado por todas as suas veneráveis virtudes.
Parece-me seres, de certo modo, um tanto encabulada?
Porém, eis que és o símbolo verdadeiro, a pérola negra,
A lágrima dos deuses para os Gregos, surgindo, desta forma,
Do nascimento de Afrodite, a deusa do amor e da beleza,
A soprano das diversas óperas, das quais se ouvem os cantos líricos.
Poema n.3.084/ n.55 de 2024.