LARGADOS NA PISTA

Na brisa da noite

o tempo estica

as luzes das ruas

nos sinalizam

boêmios, poetas, cantores

somos todos artistas

de corpo, de alma

com um copo na palma

largados na pista

O vento e o suor

Nas nossas camisas

Resfriam o calor

Provocando coriza

O beijo é o remédio

Saliva sativa

Sem tarja, sem bula

Tabu ou frescura

Cura alternativa

O sonho e o real

Muito além da divisa

Da pureza e o pecado

Na fronteira imprecisa

De um lado o profano

Fumando na esquina

Do outro o sagrado

Desorientado

Procurando a guimba

Campesinos urbanos exiliados

Carroñeros de sueños perdidos

Ricardo Mezavila
Enviado por Ricardo Mezavila em 21/06/2024
Reeditado em 25/06/2024
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