LARGADOS NA PISTA
Na brisa da noite
o tempo estica
as luzes das ruas
nos sinalizam
boêmios, poetas, cantores
somos todos artistas
de corpo, de alma
com um copo na palma
largados na pista
O vento e o suor
Nas nossas camisas
Resfriam o calor
Provocando coriza
O beijo é o remédio
Saliva sativa
Sem tarja, sem bula
Tabu ou frescura
Cura alternativa
O sonho e o real
Muito além da divisa
Da pureza e o pecado
Na fronteira imprecisa
De um lado o profano
Fumando na esquina
Do outro o sagrado
Desorientado
Procurando a guimba
Campesinos urbanos exiliados
Carroñeros de sueños perdidos