Travesseiro amarfanhado e feliz
o sorriso transcrito de flor entreaberta
conduz seus lábios contra a tez rosada
onde se desenham frêmitos aveludados
como ondas na superfície da meiguice
sua imagem deleita o espelho do quarto
houvesse um, seria o baluarte da beleza
com grãos de girassol caídos dos poros
a paz, não fosse a razão de inquietudes
sua voz é um convite pro não explorado
ciente, o silêncio insone lota seu recinto
pra ter dali os seus quaisquer sussurros
e roçado pelos cílios ao cerrar dos olhos
o travesseiro se agiganta e logo se dobra
pois é dele, o gozo mais intenso e certo
-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 18/06/24 --