REINO DAS ALMAS

Não quero adentrar em território desconhecido,

E tentar decifrar tudo, até o teu último suspiro,

Para que tuas águas não venham a inundar-me,

Enquanto a lua ao entardecer, venha a banhar-me.

Quero ser apenas alguém despretensioso,

Fingindo que não anseio por tua voz,

Nem ao menos um gesto que possas me dar,

Onde, como ondas do mar, eu vá a afogar.

Por que miras-me deste jeito,

Por certo tempo, enquanto tento evitá-lo?

Mas, em todo caso, é inevitável e indiscutível,

Compreender que essa sua “carinha de anjo”,

“De menina mulher”, é-me luxúria que leva-me aos prantos.

Esse jogo perigoso, eu vejo que não dá para aceitar!

Pois domar as emoções, é difícil, para ter que confrontar.

Assim, sois como eu…um mistério incompreendido, e,

Não obstante, talvez, um tanto escondido, dentro de segredos.

Dona do seu silêncio inconfundivél,

Mas, cuja essência se espalha,

Pelos muros de si mesma,

Somente para que eu possa tocar.

E esses amores em devaneios,

Entre a fresta da porta do passado,

Que porventura, não quero lidar,

Se tornarem-se uma só verdade?

São os desejos nos olhos,

Contido num sorriso dominante,

Que preterivelmente, aos poucos,

Vai-me rasgando inteiramente.

No entanto, se for um charme seu,

Para ver se me venceu, então,

Confesso que fora de mim estou,

E longe dos poemas perfeitos meus.

Pelo fato de me convencer,

De que não tenho como aludir-te em demasia,

Sem que eu te mostre o reino das almas,

Por onde verás as minhas incongruências, por trás da face.

Poema n.3.083/ n.54 de 2024.

Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor)
Enviado por Ricardo Oliveira (Poeta e Escritor) em 17/06/2024
Código do texto: T8087882
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