Noites de Cadeias
Na noite comprida, como estrada e pedras, notei a lua.
Bem nua e de brandura, o brilho destes olhos, de amor, eu vi.
E tão suspiros, de afagos e calafrios, de gozo terno e demorado, viagem de anjo.
Dentre meus versos, rabisco letras de saudade.
Não teve pena o tempo, o relógio e meu algoz, sussurros de morte, surra de açoite nesta alma que desola.
Um calabouço prende o meu sorriso, turvo caminho tão esmo.
Oh, Sol de liberdade e brilho, quebra de calor, como cera que derrete, a tranca densa e cadeado.
Invade os montes, matas e mares maus, vem com teu bem e luz, clareia os dias meus, sossega as ondas de mim.
Sê, quadro de pintura bela, tinta fresca de agrado, um novo caminho de amor.
Clareia os dias meus, nas noites longas de cadeias.
Na noite comprida...
Noites de cadeias
João Francisco da Cruz