A Quem Eu Dedico
Acredite que estas palavras são sinceras,
Assim como o eu que ainda existe,
Uma carta, um bilhete singelo,
Para aquele que o tempo resiste.
Dedico a ti, jovem sonhador,
Uma explicação breve e sombria,
Do que pode ser o amor,
E a ilusão que nele se cria.
O que te ocorre, é cruel e profundo,
Como um tiro à noite disparado,
Não mata, mas fere o mundo,
E com teu sangue, este verso é gravado.
Poderás ver o resultado
Em cicatrizes de dor aflorada,
Mas nunca, em tempo algum,
Desejarás essa estrada.
Aviso-te sobre o trauma que ronda,
Que em teu coração pode entrar,
Mas digo-te calma, não te esconda,
E não deixes a dor te governar.
A verdade é que não sei,
Como avisar-te sem ferir,
Pois sem a dor desse risco,
Nunca saberás o que é sentir.