E essa é mais outra sobre você (talvez a última)
Como lidar com a ideia de que a ausência do seu calor, embalando o meu corpo noite a dentro, agora será fixa e não uma situação meramente sazonal?
E como fazer planos sem te incluir, se todos os que realmente estive fazendo sempre te envolveram?
Me diz, como proceder com o fato de que eu não serei mais a razão de seus risos soltos
Ou de que não terei mais para quem preparar e levar refeições na cama?
E o que fazer se a única coisa memorizada em meu toque é cada detalhe das curvas do seu corpo
Enquanto a minha boca tem registrada a textura e o sabor de seus lábios?
De que forma posso seguir adiante se por cinco primaveras o seu rosto foi a primeira coisa que vi ao despertar e de hoje em diante ele não mais será?
E qual gosto terá a pipoca de qualquer cinema se não terei a graça da sua deliciosa companhia?
Qual o melhor jeito de agir ao saber que você não mais irá me despertar com seu jeito brincalhão quando eu cair no sono enquanto fazemos algo juntos?
E quem será o meu fiel escudeiro até mesmo para as mais simples coisas?
Sei que sou um tolo e que estive errado, mas o que sinto nunca foi mudado
Nenhum dos "eu te amo" ditos foi vago
E nessa poesia sem rima, eu me desfaço
Porque a certeza de sua partida me deixou em pedaços