Déjà-vu de amor
É estranha esta sensação que repousa ora durante o dia, ora durante a noite, ora durante dia e noite, dentro de mim;
de sentir teu beijo, sem nunca ter me beijado,
do teu toque, sem nunca ter me tocado,
de tuas carícias, sem nunca ter me acariciado.
É o estranho mais doce, mais puro, mais verdadeiro que gosto de sentir.
É possível, amor?
Se me permite te chamar assim.
Não te assuste, mas sou capaz de apostar;
que tu ficas lindo sorrindo, sem nunca ter visto o teu sorriso,
que é doce vigiar teu sono, sem nunca sequer ter visto tu cochilar.
Perdão, amor; te chamarei assim.
Só pode ser o Amor, no seu Pretérito mais perfeito, que retoma de algum lugar, meio sonolento, mas cheio de saudade de viver aquele futuro do pretérito, que só ficou na vontade.