Um luxo para poucos
O amor fez ninho num balaio de palha.
Ali fez ovo, passarinho, cestinha de dois.
E fez um quente dentro e fora,
Onde o sol matizava, onde a lua queria.
O amor depois foi aceitando o quando,
As exigências e as extravagâncias.
Era um aconchego de luxos
Uma roda de plumas do mais fino trato.
E foi crescendo, brotando orgânico,
Fortão, porque eram dois.
Ninguém mais os vencia
Pois as insuficiências se bastavam.
E o amor tornou-se um só.
Tão simples e tão fácil,
Que não quis ir embora nunca mais,
Era o pobre mais bem pago.
Morava num balaio de palha
Um luxo para poucos!
Cyntia Pinheiro