Desemaranhou-se

desteci a teia

do lado de dentro

um forte vento

desembestou o tempo

desenrolou o fio

desfiou o amor

-como rio-

Foi-se

Alívio 

aquele sacrifício 

aquele nó embolado

desembolei

rebusquei o ato

desentalei a vida

Os fios esparsos

carinhos escassos

-Um blues 

E eu-

desfazendo tudo

o que não era

E sendo

Continuará assim

mas agora

mundo afora

Desembolada

desemaranhada

desemboquei em mar

Correnteza

O que era rio

-E rio-

gargalhadas 

Daqueles dias

 embolados 

 

 

 

Ana Gomyde
Enviado por Ana Gomyde em 11/06/2024
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