Beijos ao luar

Naquele dia,

sentia um misto de ansiedade e nostalgia.

Era uma sensação estranha,

como se um pedaço de mim estivesse faltando.

Por mais que pensasse

não conseguia perceber o que é que me faltava.

A noite desceu

e o luar prateado que escorria da lua,

era convidativo á deambulação.

Saí de casa sem rumo

e quando dei por mim, estava na praia.

Sentei-me na areia ainda morna

e perscrutei á minha volta.

Nessa noite,

a luz que vinha da lua era tão límpida

que permitia enxergar sem dificuldade.

O meu olhar

bateu em algo que brilhava intensamente.

Vagarosamente levantei-me,

não tinha pressa de ir a lado nenhum e assim,

podia saborear cada partícula de vida.

Quando cheguei áquilo que brilhava,

espantada reconheci o vaga-lume.

Desde pequena que eu achava,

que o vaga-lume me dava sorte.

Imediatamente dentro de mim, uma centelha brilhou.

Antes mesmo que eu recobrasse do espanto,

o pirilampo falou:

Tenho uma surpresa para ti.

Agora fecha os olhos, sem batota

e quando eu contar até 3, podes abri-los.

Mal eu abri os olhos,

senti dois braços vigorosos enlaçando-me a cintura

que me provocaram uma sensação deliciosa

como há muito não sentia.

Quando me virei e fiquei frente a frente,

recuei 50 anos no tempo.

Nunca esqueci este amor

e parece que ele também não.

A lua foi testemunha

dos beijos doces e ardentes que trocámos

e abençoou-nos com a luz prateada e romântica

que dela emanava!

O tempo privou-nos deste amor

por ter afastado as nossas vidas,

contudo,

quando o amor é verdadeiro, resiste a tudo!

Maria D Reis

20/05/24

Portugal 🇵🇹

Maria Dulce Leitão Reis
Enviado por Maria Dulce Leitão Reis em 11/06/2024
Código do texto: T8083701
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