Sobre o Amor
Cansei de escrever poesias de amor, de como é amar e desejar o amor de volta.
Cansei de escrever poesias de amor, onde o eu lírico se encontra perdidamente apaixonado, mas não é reciprocamente amado.
Cansei, mas não pararei de escrever.
Sobre o amor, apesar de sempre descrever ele, não sei ao certo dizer o que ele é.
É tão lindo, majestoso, obviamente amoroso, mas confuso, não consigo entender.
Se eu te amo e tu me amas o que temos a perder?
Acha mesmo que não percebi seu olhar voltado a mim enquanto eu dançava? Me disseram que estava vidrado, seu instrumento tocava, mas olhava para ele, olhava para mim, olhava para ele, e para mim, e assim sucessivamente.
Acho pequena sua mente, que orgulho insistente, timidez escondida, mas evidentemente perceptiva.
Seus olhos vidrados parecem vendados, seu coração palpita, mas a teimosia grita.
Seu coração aguenta mesmo tantas mentiras? Coração amoroso, que acelera e bombeia o sangue, mas terrivelmente enganoso.
Cansei de falar sobre amor, mas se o amor quer dizer esperar e te amar, falarei até cessar, até minha pele esfriar, e a vida eu já não poder desfrutar.
Sei que ainda me ama, vejo em seu olhar, será que não vê? Faça algo, demonstre, me mostre, diga o que quer dizer.