Desalento versificado: reflexões de um buscador perdido

No vazio da minha busca, perdido,

Fora do ciclo, além do laço familiar,

Amores fugiram, em destinos deslizados,

Sem contato, nem vislumbre, a me buscar.

Aos vinte anos, a criança que fui, com sonhos de família, sonhos de amor,

Na realidade, impiedosa, flui,

E eu me vejo fora desse fulgor.

Os amores antigos, em novas histórias,

Finais felizes, em outros braços encontrados,

Enquanto eu, perdido em minhas memórias,

Vejo-me longe dos sonhos almejados.

Não sou o herói, não sou o amante,

Apenas um espectador na minha própria vida,

E perceber isso, dolorosamente, é como um cante,

Uma droga que sufoca, uma ferida.

Navego entre escolhas erradas,

Como um jovem fugindo do seu destino,

Não ser nada para ninguém, despedaça,

Mas perder a si mesmo, é o verdadeiro desatino.

Então aqui estou, em versos de desalento,

Refletindo sobre o que sou e o que não sou,

Num ciclo de desencanto, sem alento,

Mas ainda buscando o que me faz ser eu