Este amor tão intenso

Encontrei-me em teus paradoxais braços labirínticos,

Achei que nunca encontraria a porta de minha alma,

Que me libertasse de meus pensamentos blasfêmicos

E meu inferno foi transformado pelo bálsamo da tua calma.

(Vem, meu amor, e desperta-me agora!)

Este amor que sangra, que me apavora e em mim grita

Nas auroras suscitadas pela Dúvida de minhas incertezas.

Minha alma febril, minha alma em convulsão buscando as belezas

Emergidas de teu ser por tuas ocultações sempre tão explícitas.

(Vem, meu amor, e me conduz para teu coração)

As alegrias de afagar a doçura inebriante de teus lábios

Despertam o querer de estar acordado para as perdas futuras.

Nosso castelo é o nosso ser indivisível onde não há rupturas,

Pois a Loucura de nossos corações transpõe das erudições dos sábios.

(Vem, meu amor, e me leva ao cume da vida)

Este meu coração que agoniza nas fogueiras inquisitivas das alucinações;

Este meu coração que conjuga todos os verbos das angústias e dos sofrimentos

Que clamam aos céus nos bosques enclausurados nos humanos corações,

Mas os deuses se convulsionam de prazer ao ouvir a dor de nossas preces e lamentos.

(Vem, meu amor, e não esconde o teu rosto glorioso)

Será que nunca terei o que tanto procuro?

E que nem sei ao menos buscar o que desejo?

Mas eu busco, insciente talvez, no silêncio escuro

E não pasmo do que sei que em ti tanto almejo.

(Vem, meu anjo, e me arrebatas ao Hades do teu céu)

Se tu queres tanto me amar, por que não queres me amar?

Um mero passo entre a incerteza e as fronteiras da indecisão,

Que rogam nas águas de tua alma o desfalecer do teu duvidar,

A fim de que teus olhos rasguem todas as páginas do Livro da Cisão.

Tua dor que clama por intelecção é a dor engaiolada em meu ser,

Pois desejo beber cada partícula de teus complexos sentimentos.

Amar-te é personificar o Universo com todo o meu alento

(Vem, meu anjo, e me resgasta do inferno deste universo)

E que nem a morte consegue revogar, nem desaparecer.

Não vou te exigir o que em nenhum tempo por mim não sentes.

Não vou me autonganar em sentir o que afirmo que não sinto,

Pois o que sentimos transcende atos presentes e ausentes;

Afinal meus sentimentos por ti são inefáveis, e jamais minto,

Tudo o que amo em ti guardo em meu sagrado recinto.

(Vem, meu anjo, pois no Sol da tua calma manhã

haveremos de sempre renascer e resplandecer)

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 10/06/2024
Reeditado em 11/06/2024
Código do texto: T8082555
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.