ANESTESIADO
Óh, Tâmara e Oliveiras,
Romãs com certeza!
Que sois mas que um bom fruto,
E que és, talvez, minha eternidade visível.
Uma luz necessária no escuro,
Em que meu ser já anda longe de tudo!
Mesmo sem saber, tenha a confiança,
De que eu não estarei para ti, ausente.
Manifesta-te, em todas as minhas rimas,
Contando-me, se quiseres, teus segredos,
No intuito de não vires a me esquecer,
E que teus devaneios sejam parte do amanhecer.
Daria, muita coisa para ouvir a tua voz,
A risada doce com que banhas os dias,
Ou apenas o incentivo que falas-me baixo,
Sendo-te o sol que nasce atrás dos montes.
O que eu vejo, impreterivelmente, em teus olhos?
O desejo de que a minha incansável alma quer!
Contudo, eu até esteja, totalmente enganado,
Porém, sinto-me contigo, num instante, anestesiado.
Sei que os caminhos errantes são contemplativos,
Só que nem um deles mostra a tua face de menina,
Ou as plenitudes em que se possa um dia chegar,
Ao teu íntimo incomunicável, quando as águas chamarem.
E é nos sussurros da meia-noite,
Que tento ler-te nas entrelinhas como um rascunho.
No entanto, não posso esconder-me nas sombras,
Quando a vida cambiante me leva a te recordar.
Gostaria estar tão bêbado de sono,
Para ver se assim, durmo no imaginário,
Que estou aconchegado em teus braços,
Dormindo com o silêncio dos teus lábios.
Descobrindo como é estar com as mãos,
Inteiramente imersas em tuas madeixas!
Tendo tantas interpretações diversas,
Dos quais, não mentes, que eu finjo,
Que os sussurros de mim, agora são-me inversos.
Poema n.3.081/ n.52 de 2024.