A dor do outro
A noite, o pranto ecoa, em sofrimento.
Na alma do mundo, a dor alheia ressoa.
Um lamento velado, um grito abafado.
Carregado em silêncios, profundo e calado.
Olhos que choram sem lágrimas à vista.
Corações que sangram em ruas imprevistas.
A dor do outro é sombra, é bruma no ar.
É ferida escondida, difícil de enxergar.
Caminhamos distraídos, olhos fechados.
Não percebemos os passos cansados.
Cada rosto é um livro de histórias de dor.
Que clamam em silêncio por um pouco de amor.
Mãos que se estendem, pedindo acolhida.
Em um mundo tão vasto, mas de almas perdidas.
Se pudéssemos ver além do próprio olhar.
Sentir a dor do outro, tentar consolar.
A dor do outro é um mar que se agita.
Em ondas de angústia, que ninguém acredita.
Mas se abrirmos os olhos, o coração escutando.
Descobrimos que juntos, seguimos lutando.
No abraço sincero, na palavra amiga.
A dor do outro se alivia, a alma abriga.
Que possamos ser luz em noites escuras.
E lembrar que a dor do outro, também é a nossa, sem fissuras.