Carta a Rafaela (A carta poética)
Lembro da primeira vez que te vi Serafim.
Lembro da primeira vez que olhei em seus olhos de maneira hipnotizante e você sorriu para mim.
Foi proposital, eu queria que você se apaixonasse de verdade para cuidar de você como meu jardim, queria que fosse uma parte de mim.
Eu observava você cada dia que passava no pátio durante os intervalos, eu queria admirar, mas enquanto admirava, eu não via o tempo passar.
Lembro de quando virávamos os olhos fixamente um para o outro em câmera lenta, mas rapidamente a timidez me fazia desviar, eu não conseguia enfrentar.
Um dia chegou o grande momento de enfrentar você, minha flor, eu queria revelar para você o meu amor.
Não sei onde eu errei, talvez fosse porque você esperava mais atitude, mas eu não fui certo, fui inseguro, só sentia dor.
No fim sem querer eu te abandonei, você conheceu aquele que machucou, tirou sua dignidade e te humilhou, você fez de tudo, eu e todos em volta assistíamos todas as traições, ele desprezou, pisou e rebaixou, não entendo como pode fazer isso com a mais bela flor, eu torcia e enfim você largou
Lembro quando eu vi você no verão, a chama acendeu novamente no meu coração, aquela moça que eu acho que era sua mãe elogiou minha educação.
Você ficou chocada quando me viu, aquela surpresa foi planejada, sabia?
Eu pensei em cada detalhe.
Hoje observamos reciprocamente naquele pátio escolar de almas vazias, você foi naquele lugar uma das minhas únicas alegrias e nessa carta eu vim agradecer a você, obrigado, minha mais valiosa das obras-primas, você foi o amor de alma que eu nunca tive e talvez nunca tenha.
E agora eu vou partir para longe, em um lugar onde você nunca me obtenha, talvez você me esqueça e no futuro lembre de repente daquele rapaz que te observa e talvez você conte isso para alguma persona, essa história a entretenha.
Adeus, sempre lembrarei de você.
Ass: Luu