VÊNUS DESNUDA

Na dimensão do impossível

Há uma praia deserta onde a lua se deita.

Lá o meu desejo é livre e te espreita,

Onde minha paixão revelada te assalta.

Correrás assustada sem, no entanto, fugires.

Flutuarás encantada sob o luar preguiçoso.

Girarás despindo véus ardentes e febris;

Queimando o juízo, incendiando a razão.

Como uma vênus desnuda, transpirarás sedução,

Encharcando minhas mãos incrédulas que audaz

Abraçam teu corpo que em luz se desfaz.

Abduzido do impossível para o real,

A solidão é lâmina ferindo em golpe letal,

É punhal dividindo a cama de um coração só.