Olhar ao mar
De fitar os olhos deste cais, desliza como tinta de pintura, a última imagem, o teu sorriso.
E o vento recuou, o farol ofuscou o brilho, as pedras calaram as ondas.
O roseiral perdeu a cor, sangrou de vermelho, toda beleza.
Levou as águas, o mar profundo, abismos, muitos, dentro de mim.
Doce alma, alva de amor, que os ventos tragam, do oeste, sopro, tú, outra vez.
E faça a luz, ao velho cais, sorrir de novo, levar seus ais.
E flores, tantas, nos vis quintais, o cais mais belo, um passaredo na torre velha.
Pediu aos ventos, o amor, trazer, seu acalento, seu bem querer.
Na onda, trouxe, a brisa mansa, como criança, amor da moça.
E a moça bela, pisou no cais, os girassóis, todos sorriram.
Os mares, todos, Lua e Sol, logo entoaram linda canção.
De fitar os olhos...
João Francisco da Cruz