Brigas inválidas
Fugi na noite escura, que afugentara a alma minha, o medo.
Da inocência de riacho raso, fez se a sombra de mim.
Num tempo de relógio lento, um riso acabrunhado e tímido
Té que, os olhos teus, tão reluzentes, iluminaram aquele caminho ermo.
E da briga velha, bem arcaica e de penar, um aceno de paz, um beijo, uma bandeira de alva.
E eu, nos teus braços, no seio teu, outra vez, bebi do mel da paixão, da seiva doce deste amor.
E as brigas, inválidas, tantas, das quedas e pedras, do choro, da dor, esvaíram como águas de cachoeira.
Da cova, da nua gruta, te fiz amor, à voz da Lua.
Fugi da noite escura...
João Francisco da Cruz