Boêmios
Calças compridas e seus costumes
boêmios que nunca nos falastes de amor
Hoje a saudade liberta, amanhã você se apaixona outra vez
A saudade que aperta, magoa
boêmios, amigos ou companheiros
de costumes e andanças
Bons tempos e nós aqui a sós!
Deveria voltar amanhã...
e colocar seu perfume
Dizer amor e prosa e poesia
Despedida
Parti carruagem fúnebre, ao meu lado
o luto negro, esvaíram-se pelo ar
aconcheguei-me junto dela os cravos
na palidez, o silêncio a camuflar.
Despi as rendas, arrebentei as tranças
o luto negro, era só o vestido
fecha teus cabelos, o toucado, cigana
o rosto chora, o coração ferido
Levou-me à noites estes cabelos negros
à boêmia, toque de pandeiros...
em vilas, e luas, amigos de becos,
agora é corpo frio, no cativeiro.
Lanço na mesa a estrela d'alva,
busco o cigano, queimo a vela
traga a mim, ó alma abandonada!
Faz nesta hora, despedir-me nela.