A SOMBRA NA LUZ DA VELA

Sob a luz da lua sigo sozinho

Na rua vazia, estreita e torta.

Prateando as pedras que encontro no caminho

E reluzindo o sereno que molha tua porta.

Com um pouco de sorte posso te encontrar

Na silhueta que brinca com a luz da vela.

Driblando meu azar talvez possa te tocar

Na sombra que sai da tua janela.

Viro minha face para onde tu estás,

Aponto meus passos em tua direção,

Embora teu pensamento eu não habite mais.

Vivo penando nas ruas, nas portas,

Na sombra das lembranças que me alimentam e me condenam

A não esquecer de quem já se esqueceu de mim.