Tempos de sombra

Recuou a noite fria e penumbra, e calçadas de folhas secas.

Adentrou por entre as frestas, um lampejo de sorriso e cor.

Era tempo, o tempo esquecera do inverno brusco.

Entretanto, o sol raiou em demasia, no dia em que se fez sonhos.

A mordaça despencou da boca tola, e esta, proferiu poemas de amor.

Grilhões se estilhaçaram na poeira dos ventos.

Quebrou a tranca e carranca, o calabouço gemeu em ruína.

Das lacunas tão vazias, desvairadas, brotou um belo roseiral e aromas.

Destrancou em risos, o coração velho, tão só.

A solidão bem sórdida, bateu em retirada.

Recuou a noite fria...

João Francisco da Cruz