O cravo
Se para a rosa sou cravo
Das minhas desilusões escrevo
Me desaponto a falsas espectativas
Tudo bem, era uma breve tentativa
Sou exemplo de muitas coisas
Mas não de amor
Quem sabes eu limite meu fervor
Por medo de perde-lo ou não usá-lo
Sou o pretérito imperfeito
De não saber me explicar nas linhas
Sou mais que perfeito nessa arte
De não saber o motivo das coisas
Que eu me apaixone novamente pela vida
Ou sofra angustias de nunca falar como me sinto
Pois não compreendo essa comédia divina
Não vejo graça nos infernos de meu dia
Sou o valente que enfrenta si mesmo
A ponto de afirmar que sou meu pior inimigo
Então não vejo vitória nas minhas lutas
Pois no final de todas elas eu estou de pé e mais forte
Quem sou eu? Um mero cravo.
Que se espeta com rosas e calejou os dedos
Incapaz de acariciar uma sequer pétala
Sem aquele toque suave que tanto desejo
Eu não posso pedir algo que não sei
Mas não deveria endurecer junto a vida
É sempre sobre flores
Mas nunca sobre o jardim