O cravo

Se para a rosa sou cravo

Das minhas desilusões escrevo

Me desaponto a falsas espectativas

Tudo bem, era uma breve tentativa

Sou exemplo de muitas coisas

Mas não de amor

Quem sabes eu limite meu fervor

Por medo de perde-lo ou não usá-lo

Sou o pretérito imperfeito

De não saber me explicar nas linhas

Sou mais que perfeito nessa arte

De não saber o motivo das coisas

Que eu me apaixone novamente pela vida

Ou sofra angustias de nunca falar como me sinto

Pois não compreendo essa comédia divina

Não vejo graça nos infernos de meu dia

Sou o valente que enfrenta si mesmo

A ponto de afirmar que sou meu pior inimigo

Então não vejo vitória nas minhas lutas

Pois no final de todas elas eu estou de pé e mais forte

Quem sou eu? Um mero cravo.

Que se espeta com rosas e calejou os dedos

Incapaz de acariciar uma sequer pétala

Sem aquele toque suave que tanto desejo

Eu não posso pedir algo que não sei

Mas não deveria endurecer junto a vida

É sempre sobre flores

Mas nunca sobre o jardim

Alvaro Kitro
Enviado por Alvaro Kitro em 26/05/2024
Código do texto: T8072204
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2024. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.