UMA SONATA DE SCHUBERT

 

Uma sonata de Schubert, uma taça de champanhe, brindo o nosso amor!

Mesa posta com esmero, sob luzes de vela, um clima de romance envolvente!

Espero ansioso! A campainha toca, abro a porta e exala-se suave e sensual olor,

Que difunde por toda a sala e revolve emoções antigas, sentimento pungente!

 

No aconchego da penumbra, trocamos olhares, estávamos sufocados, como se o ar faltasse,

Tomo a iniciativa, troco a música por um samba-canção, ou bolero, sei lá, muita emoção!

Tomei-a em meus braços e, agarradinhos, deslizamos pela sala, como se no tempo voltasse.

Lembrei, saudoso, dos dias de vinhos e rosas, esplendor de noites vividas, dispara o coração!

 

Seu perfume me inebria, me induz a pensamentos mil, pecaminosos e muito mais,

Sua mão sedosa, seu corpo sedutor, explosão de sentimentos. Excita-me seu olor,

Onde vamos parar? Sinceramente, não sei. Esse amor que não me esqueço jamais!

Verti muitas lágrimas, não me envergonho, não sou o único a sofrer por amor. Quanta dor!

 

Sou desperto por um alarme! Olhei por todo lado procurando-a e nada, foi só um sonho!

Esse relógio maldito, trouxe-me de volta à realidade da qual ela não mais faz parte! Inexiste!

Neste quarto, há muito, nem luz entra, antro de solidão! E essas lembranças onde as ponho?

Nos anais da minha repulsiva existência? Não a toquei de verdade? Fico destarte: triste!

 

Triste, triste, muito triste...

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Imagem: Deposit Photos

Som: Declamação pelo autor.

 

Saavedra Valentin
Enviado por Saavedra Valentin em 25/05/2024
Código do texto: T8071384
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