nascimentos
Sempre
que choro, nasço.
No curso
de cada lágrima traço
as rotas
de um caminho
não pisado.
Sem passagem,
os dias da viagem
me fazem estrada.
E sempre nasço
quando caminho
em espaços sabidos
ou não.
Então, sei
muitas coisas novas
no abraço de ignorância
sedenta de andar
para olhar
e, outra vez, nascer
pelos olhos
quando choro
e quando vejo,
quando os abro
ou quando os fecho,
por dentro
ou por fora
de mim.