Ícaro.
Como o luzeiro de Deus
Ilumina o firmamento:
Era assim que os lábios teus
Rebrilhavam, num momento,
Sobre o peito meu, contrito
E desejoso de amar!
Mas, qual Ícaro maldito
Não contente em orbitar
O divino, quis tocá-lo;
E, precoce, te beijei!
Hoje vejo que fui tolo
E asas nunca mais terei
Nem para orbitar
Nem para beijar.