O momento, meu romance
Meu melhor amigo
É o meu romance atual.
Ela passa deslumbrante pela rua modesta
E sorri à calçada molhada.
Ela não toma vinhos
E amanhece em cima das pétalas macias
Da doce madrugada.
Ela alimenta os pássaros, de longe,
E discute com o arco-íris após o dilúvio.
Permanece sempre excitada.
Meu romance não tem nome ainda,
Mas transmite borbulhas afetivas.
Apenas lança o brilho dos olhos
E fomenta um sorriso contagiante.
É quieto, não é duradouro.
Caminha vagarosamente comigo.
Bebe pouco.
A passarela se abre durante a inquieta avenida.
E ao final da noite, se ameniza.
Ela caminha... E vai embora, no momento exato.
Permaneço retraído, pensativo, observando...
Observando...
Ao longe, avisto-a, apática.
Estou pasmo, indeciso.
Mais uma vez
Meu romance, o meu romance amigo se foi...
E no momento,
Neste momento pensativo e retraído,
Observo a solidão...
Que não é doce como meu romance...