AOS POETAS QUIXOTESCOS
Até quando buscarei a princesa imaculada,
Inacessível no claustro das paixões impossíveis,
E oferecerei meu peito desabotoado ao sacrifício
Do amor não correspondido e indesejado?
Até onde irei movido por sentimentos quixotescos,
Deslocado no charco das sensações efêmeras,
E desembainharei a espada por causas suicidas
Do amor não correspondido e indesejado?
Quantos somos se morremos todos de amor?
O que somos sem nossas amadas alheias?
Patéticos heróis num exército de alijados do amor.
Seguirei cavalgando meu cavalo idílico
Armando-me de palavras carregadas de emoção;
Versos quixotescos da mortalha do amor.