Amor indefinido
O sentido do amor depende
Do temperamento de quem ama
Dos seus íntimos desejos
Dos seus sonhos, dos seus medos
Das suas crenças e esperanças
Um sentimento que é vítima e é réu
Que é espada e é escudo
É prisão e redenção
Morre na mente, mas no coração
Se renova a cada manhã
O amor é algoz e prisioneiro
Libertador e carcereiro
Ele atua e espera
Acalma e exagera
É refém de quem ama
De quem cuida e engana
Protege e dilacera!
O amor também é solidão
Introspectivo e profundo:
“A que ama B, que ama C...”
Não é controverso, é multiverso
"cada cabeça é um mundo"
É um vírus que infecta a alma
Que a perverte ou a redime
É próprio de quem o tem
É roupa que cabe, serve bem
Mas que, sobretudo, define!
É uma força que vem lá do céu
Instintivo, primitivo, visceral
Quebra as trancas, liberta
Mostra o espelho, revela
Não pode ser definido
Consente e é consentido
O amor pune e salva a Terra