Cais

Não há como ser indiferente às estrelas,

diante do espelho d'água que caminha

sobre o cais dessas areias de lembranças.

Ecoam pele e calor sobre as espumas

translúcidas e amalgamadas de sonhos.

No embalar da chuva e cabelos ao vento

vejo-te pássaro dos eternos,

o poema em tuas asas

- vestido de púrpura e luz.

É assim que o torpor das ondas chega ao meu céu

e ilumina - com tua voz de menestrel -

meu pergaminho do tempo...

 

Pintura: Maria.