Êxtase e Tormento

A lascívia flui em minhas veias,

Num torpor de sonho e suspiro,

Cálice amargo de desejos sem freias,

Nas horas que o tempo conspiro.

Doce veneno que me percorre a alma,

Traz a tormenta de um desejo oculto,

A volúpia em sua forma calma,

Um murmúrio de amor resoluto.

Ó, como as sombras em noites frias,

Cobre-me de carícias a tua ausência,

Emocionado por tuas rebeldias,

Suspiro em febre, perdido em tua essência.

A tua lembrança, qual fantasma ardente,

Assombra-me nas horas de solidão,

E ao toque do teu vulto, incandescente,

Ergo-me em êxtase, um pecador em redenção.

A alma treme, febril, quase insana,

Buscando na penumbra o teu olhar,

Que ao tocar-me, meu ser emana

A chama viva, que me faz delirar.

Num oceano de sensações, me afogo,

Navegante sem rumo, à deriva,

E, no abraço do teu enigma, me rogo

Ser teu, eternamente, em carne viva.

Ó lascívia que me fere e deleita,

Doce flagelo de volúpia e dor,

És tu, musa minha, a deusa perfeita,

A quem consagro o mais puro fervor

.E assim, perdido em tuas mãos, destino,

Como folhas ao vento, vou,

Num êxtase supremo, divino,

Onde o amor e a dor se fundem, e sou.

hewie
Enviado por hewie em 16/05/2024
Código do texto: T8064734
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