LUA CHEIA

Lua bolachuda, prateada, carnuda.

Cortesã viúva, das noites, amante.

Espelhando a beleza de mulheres heteras,

Cheias de tanto amor de nós, errantes.

Gota resplendente, abismo de luz!

Regaço das almas perdidamente apaixonadas

No deleite de suas faces nevadas.

Defloradas e puras. Desejosas e sagradas. Nuas.

Saudosamente crescente: Ignores!

Pressagiosamente minguante: Não te preocupes!

Pois que neste instante és cheia e no céu reinas.

Então, atendas as súplicas deste menestrel nômade,

Presenteie-me espelhando dela o semblante:

E jamais serás minguante. Eternizarás cheia!