Badala o carrilhão do relógio
Lá longe, onde não tem ninguém
Quem sabe se eu badalasse com ele
Alcançaria a alma calada de alguém...
Mas é alguém que não tem som
Que rabisca mensagens divinas
Desenhando talvez um mundo bom
Com a inocência feliz de menina...
Não parece existir de verdade
É só conforto, miragem
De um ser que já foi realidade
Nas fotos de incontáveis viagens.
Estou entregue ao que me restou
Enquanto o sino ressoa o que sou
Não volto, não sigo, não vou
Sozinho, no polo sul deste amor.
Crédito da imagem: https://www.britannica.com/place/Antarctica