Desamor
Abocanhado na arapuca da vida,
tal como pássaro pascácio
ou anjo extraviado dos seus,
ancho e um tanto desguaritado,
persisto confinado em mim mesmo!
Aparafusado em um existir vazio,
enchido de puro quereres mórbidos,
não tenho o condão decisório.
Apenas sou o retrato de um ilota
ou existo por ser óbvio e inegável
e degredado de vida outra?!
Mártir do meu próprio martírio?
Ciganeio feito bala de rumo perdido
por rotas nunca antes trilhadas,
em vadiação imprópria ao meu ego:
apreço as ideias mortas!,
sendas áspera e viçosa!,
clamor por ventos outonais!