O Sopro Solitário dos Desertos

Respiro o vento seco, árido,

o sopro solitário dos desertos,

a muda voz do Poeta do Amor.

 

Aspiro a névoa gotejante de sonhos,

as neblinas de minhas manhãs de outono,

onde os poros arrepiam desejos e ânsias de Sol.

É assim que me vês, inteira, completa,

explicitando minhas fragilidades

e vulnerabilidades de mulher afeita em palavras.

 

Compreendes minhas entretelas?

Aquelas tintas que jogo nas margens

de todas as minhas primeiras páginas?

Entendes meus refúgios secretos e misteriosos

em meio aos canyons profundos

das xícaras de minha vida?

 

Ainda subentendes-me?

Procuro o ancoradouro de teus braços feitos.

O lugar que sabe guardar meus segredos,

o Cais seguro e feliz, o Abrigo do Coração!