NOSSOS SABORES
O sal do nosso adeus, remeteu-me ao sal dos nossos corpos, quando ávidos e sedentos, mergulhamos nos nossos poços... E sentimos, juntos, encontros abissais de prazeres mútuos...
Era carne na carne, era nossa vontade...
Salgamos nossas línguas e o perfume intenso confundia-se com o desejo crescente, presente em nossos movimentos...
Um desejo com o sabor e a imensidão de um oceano...
Ficamos ali, em transe, perdidos... até quando nos fora permitido... À mercê do tempo, ao impacto do vento...
Folhas secas, murchas,
sem promessas vãs...
Sem pressa, sem abrigos,
nem amanhãs...
Sem portos, sem cais...
Ficara a melhor parte:
a saudade salgada...
Os nossos sais...
Em 23/10/2023