Ode ao Amor Discreto
Eis que se ergue um canto esotérico,
Glorificando o amor íntimo e sutil,
Que se mostra em sutis lampejos,
Mas rejeita a exposição trivial.
Nos recessos do ser, o ardor se ignita,
Nutrindo a chama da paixão recatada,
Que, em seu fulgor discreto, incita
A dança dos amantes, em surdina celebrada.
Não no ostento, nem na algazarra,
Jaz o verdadeiro enlevo do coração,
Mas na comunhão sublime que se ata,
Longe dos olhos, em secreta afeição.
Viva o amor vivido e não exposto,
Calando seu esplendor em véu formoso.